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Quando o Leite se Torna um Problema

janeiro 9, 2022 por Esther Neumann

Já 400 anos antes do nascimento de Cristo, Hipócrates descreveu reações gastrointestinais dolorosas após consumir leite. Flatulência, cólica, diarreia, náusea, inchaço, fadiga crônica e pele manchada – tudo isso está associado ao leite quando você não pode mais tolerá-lo por um motivo muito específico. No mundo todo, cerca de 2,3 bilhões de adultos e 600 milhões de crianças e adolescentes são afetados. Quando bebem leite, incham como uma trança de fermento.

Quando o Leite se Torna um Problema

O leite materno é o primeiro alimento tanto para mamíferos quanto para humanos. O açúcar do leite ou lactose, como é chamado pelo termo técnico, é um componente do leite de todos os mamíferos. Quimicamente falando, o açúcar do leite é um dos carboidratos. É um açúcar duplo ou um dissacarídeo. No intestino delgado a lactose é decomposta em galactose e glicose pela enzima digestiva lactase, e absorvida no sangue através da parede intestinal. Como resultado, ele é então convertido em energia. Se houver pouca ou nenhuma lactase disponível no intestino delgado, a lactose ingerida com o leite, é apenas parcialmente ou não é decomposta e absorvida. Estamos lidando com intolerância à lactose.

Intolerância a Lactose

Estima-se que cerca de 80 a 90% da população mundial seja afetada. No Brasil, o leite e seus derivados estão entre os alimentos básicos mais importantes. Na Ásia e na maioria dos países africanos, raramente é usado. Nos países escandinavos, a proporção de pessoas afetadas é de apenas cerca de 5%, na Grécia já é de 75% e em partes da África e da Ásia entre 80 e 100%. No Brasil a prevalência da intolerância de lactose na população branca é em torno de 45%, enquanto nas etnias africanas, asiáticas e indianas já é na faixa de 80 a 100%. Existe um elevado número de casos não notificados. Principalmente os adultos são afetados. A causa das queixas muitas vezes permanece desconhecida por anos e os pacientes têm um longo caminho de sofrimento antes que o diagnóstico correto seja finalmente feito.

Problemas de Cólon

Se a lactose no intestino delgado não for completamente ou totalmente decomposta e absorvida, ela chega ao intestino grosso sem ser digerida. Lá, ela é decomposta pelas bactérias intestinais. Os gases hidrogênio, dióxido de carbono e metano são produzidos como produtos residuais durante a fermentação bacteriana. Também se formam ácidos que levam a gases e inchaço. O açúcar do leite se liga a muita água, o que leva a um aumento da pressão osmótica, retenção de água e aumento do peristaltismo intestinal. Inchaço, diarreia e gases são as consequências.

Intestines

Quadro Clínico Indefinido

Os sintomas podem variar de um dia para o outro. Sempre depende de quantos produtos lácteos são consumidos. Frequentemente há laticínios escondidos nos alimentos que você nem imagina. Eles são encontrados em salsichas, produtos de panificação, molhos, chocolate e alimentos produzidos industrialmente. Fatores psicológicos como estresse, excitação e medo do desconhecido também têm um impacto negativo no bem-estar. Frequentemente os pacientes com intolerância à lactose também apresentam intolerância à frutose. Eles não só sofrem de sintomas da síndrome do intestino irritável, como também de depressão. A intolerância crônica à lactose pode levar ao crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado.

Os problemas digestivos crônicos danificam toda a membrana mucosa intestinal que contém enzimas, trazendo consigo problemas digestivos adicionais. Infelizmente os médicos responsáveis pelo tratamento raramente examinam especificamente a intolerância à lactose, no caso de queixas gastrointestinais difusas. A consequência disso é uma longa provação até que o tratamento correto seja finalmente realizado. A auto-observação é sempre boa quando a pessoa sofre de indigestão indefinida. Se você deixar todos os laticínios de fora por duas semanas e os sintomas diminuírem, e voltarem quando você consumir leite novamente, pode informar o médico sobre o problema de maneira direcionada.

Diagnóstico Seguro

O teste do hidrogênio expirado é uma boa ferramenta para diagnosticar a intolerância à lactose. O açúcar do leite é dissolvido em água, o paciente bebe essa solução e a quantidade de hidrogênio no ar exalado é medida regularmente durante as três horas seguintes. Se a proporção de hidrogênio no ar expirado aumentar, é sinal de que há intolerância à lactose.

O aumento do açúcar no sangue após beber a solução de lactose também pode ser medido. Se houver deficiência de lactase, há pouco ou nenhum aumento no nível de açúcar no sangue. Esse método pode não ser totalmente confiável. Amostras de membrana mucosa por meio de colonoscopia também podem fornecer informações sobre o estado da parede do intestino delgado.

Hoje em dia também existe um teste genético disponível, mas é bastante caro. Outro novo teste envolve simplesmente pegar uma amostra de saliva e examiná-la no laboratório usando um kit de teste especial.

Severidade e Formas

A intolerância à lactose é dividida em “leve”, “média” e “grave”, dependendo da gravidade. Na forma leve, 8 a 10 gramas de lactose são facilmente tolerados, na forma média cerca de 1 grama, e na forma grave nenhuma lactose.

A forma mais comum é a deficiência primária de lactase. Nessa forma, a atividade da lactase no intestino delgado diminui continuamente com o aumento da idade. O recém-nascido tem a maior atividade de lactase. Isso é compreensível, já que normalmente ele se alimenta apenas de leite materno. Se o bebê for desmamado, a enzima diminui significativamente nos primeiros anos de vida. Na idade adulta, resta apenas cerca de um décimo da atividade original.

Os idosos normalmente não toleram muito bem os laticínios. Este é um processo natural, que pode ser observado em quase todas as pessoas.

Com a deficiência secundária de lactase, a deficiência é um efeito colateral de outra doença do trato digestivo, como doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa ou gastroenterite aguda. Os tratamentos com antibióticos ou citostáticos (venenos celulares) também podem danificar temporariamente a mucosa intestinal e suas enzimas. Quando essas doenças originais são curadas, normalmente volte a produção da lactase.

Uma forma extremamente rara é a deficiência congênita de lactase. Os bebês já sofrem de deficiência de lactase logo após o nascimento.

Terapia

A terapia depende da gravidade da doença. Todos os envolvidos precisam descobrir por si mesmos quanta lactose podem tolerar. Com uma dieta pobre em lactose, em caso que 8 a 10 g de lactose podem ser tolerados, queijo e derivados de leite azedo podem ser consumidos em pequenas quantidades. Os pratos que contêm leite podem ser preparados com leite de soja ou outros tipos de leite alternativos. Iogurte e leite azedo são tolerados melhor porque as enzimas que quebram a lactose nos lactobacilos dos quais são feitos, continuam a agir no trato digestivo e podem quebrar o açúcar do leite.

Cashew milk - Photo by Polina Tankilevitch from Pexels

Também existem produtos sem lactose no mercado de alimentos. A lactase é adicionada ao leite ou produto lácteo, que decompõe o açúcar do leite antecipadamente. Este leite é muito mais doce porque a lactose não é tão doce quanto a glicose e a galactose quebradas.

Como resultado da melhor proteção ao consumidor, a partir de 2015 todos os ingredientes de um alimento que são classificados como desencadeadores de alergia ou reações de intolerância, passaram a ser listados nos rótulos dos alimentos no Brasil. A rotulagem de alergias também inclui lactose. Não é incomum encontrar lactose em produtos inesperados. Em caso de intolerância ou alergia, as listas de ingredientes devem ser sempre estudadas com atenção. Também existem manuais nos quais os produtos sem lactose são listados.

Suprimento de Cálcio

O cálcio pode ser obtido facilmente de fontes vegetais. Isso inclui brócolis, erva-doce, nozes, sementes de girassol, sementes de gergelim, urtigas, águas minerais ricas em cálcio, sucos de frutas enriquecidos com cálcio e leite de soja. Definitivamente, você pode viver sem laticínios se estiver interessado em nutrição e pensar em onde mais o cálcio pode ser encontrado nos alimentos. Hoje em dia, quando a pecuária em massa leva a todos os tipos de problemas, e acabamos de mostrar o quão problemáticos os laticínios são para muitas pessoas, vale a pena pensar em uma dieta que seja livre, ou pelo menos pobre em produtos de origem animal.

Broccoli as calcium source - Photo by Castorly Stock from Pexels

Ajuda de Desenvolvimento Errada

A intolerância à lactose é particularmente disseminada em países que recebem ajuda para o desenvolvimento. Que tipo de mercadoria está sendo enviada para lá? Em grande parte, são produtos excedentes das nações industrializadas. Isso também inclui o leite em pó. Ele é distribuído em grandes quantidades para segmentos da população que não toleram laticínios de forma alguma.

Veja os índios em suas reservas como exemplo. Eles também pertencem ao grupo que é determinado geneticamente como sendo quase 100% intolerante à lactose. Recebem entregas de leite em pó com grande regularidade. Felizmente, os índios sabem que cresceriam como uma trança de fermento se bebessem esse leite. Mas o que fazer com o leite em pó? Alguns o usam para marcar o campo de futebol.

Mas se o leite for distribuído em partes da África, onde crianças pequenas já sofrem de intolerância à lactose, é como jogar gasolina no fogo. Os pequenos, que já sofrem de edema por causa do fome e têm estômagos protuberantes, têm diarreia e cólicas ao consumir leite.

Conclusão

Hoje, a intolerância à lactose não exige mais o abandono do consumo de laticínios, porque temos medicamentos e laticínios sem lactose à nossa disposição. Mas ainda melhor é uma dieta balanceada sem laticínios e muito exercício. Existem grupos populacionais inteiros que não toleram e não consomem leite e laticínios, e ainda estão bem nutridos, com ossos saudáveis. Podemos pertencer a este grupo se fizermos uma alimentação equilibrada, fizermos muito exercício e adotarmos um estilo de vida sensato. Para isso, Deus, nosso Criador, nos deu a capacidade de raciocinar. É nosso privilégio, até mesmo nossa responsabilidade, preocupar-nos com algumas mudanças sensatas e saudáveis no estilo de vida. 

Frutas saudáveis

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Esther Neumann

Esther Neumann estudou Nutrição na Universidade de Viena. Desde então, ela atuou como autora da revista de saúde “Leben und Gesundheit” e conduziu palestras sobre saúde em vários locais da Áustria.

www.ernaehrungaktuell.at/

Arquivado em: Alergias, Doenças, Doencas Digestivas, Nutrição

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Comentários

  1. Maria Alcântara diz

    janeiro 9, 2022 em 10:44

    Seu Artigo, disse exato o que sinto e sem saber o que é. Vou parar de consumir leite e os seus derivados. Ele é muito perigoso.
    Estou muito Agradecida por seu favor em enviar o Artigo.
    O Senhor os os abençoe grandemente!!!

    Responder
  2. Silvia da Silva diz

    julho 6, 2022 em 08:07

    Estou muito agradecida pela informação.Muito interessante ,instrutiva imprtante para o nosso bem estar.Como dizia a minha mãe: quem tem saúde é Rico.

    Responder

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