Proteína do Tremoço

Muitas pessoas conhecem os tremoços dos jardins, onde suas lindas velas brilham em tons de vermelho, amarelo e azul. Os tremoços também são usados para enriquecimento de nitrogênio nos campos e como ração proteica para animais. Mas poucas pessoas aproveitem do tremoço na sua alimentação. O tremoço tem desempenhado um papel significativo na nutrição no mundo mediterrâneo e sul-americano há mais de 2000 anos. Acima de tudo, fornece proteínas e alguns oligoelementos e vitaminas importantes.

O tremoço pertence à família das leguminosas e ao subgrupo faboideae. Está relacionado com o tojo. Conhecemos entre 100 e 200 espécies de tremoços. No entanto, principalmente o tremoço doce desempenha um papel na nutrição, pois essa variedade quase não contém substâncias amargas que não são digeríveis para humanos e animais. A planta tem raízes que podem atingir até 1,5 metro no solo. É por isso que se desenvolve muito bem, mesmo em solo muito seco.

Como todas as leguminosas, pode ligar o nitrogênio do ar com a ajuda das bactérias do nódulo nas raízes. Este é o requisito básico para a formação de proteínas. Se essa proteína tivesse que ser produzida por humanos em uma fábrica de produtos químicos, seria um processo muito complicado que exigiria um maquinário enorme. A planta faz isso em um espaço muito pequeno, com meios engenhosos. O enraizamento profundo do solo e a quebra de minerais difíceis de dissolver, juntamente com a formação de nitrogênio, tornam o tremoço muito valioso para a preparação do solo. Nos Andes, de onde provavelmente vem o tremoço, é cultivado nos terraços mais altos. Lá ele coleta nitrogênio, que é levado pela chuva para os terraços inferiores. Desta forma, esses campos são naturalmente fertilizados.

Tremoço e Nutrição

Na América do Sul, o tremoço é um alimento básico há mais de 2.000 anos e é cultivado em consórcio com milho e quinoa. Os tremoços selvagens são amargos e venenosos. Tal proteína teria que ser desamargada. As cultivares sem amargor incluem as variedades de flores azuis do Lupinus angustifolius de folhas estreitas. Os tremoços doces não contêm fitatos como feijão e soja. Portanto, eles também podem ser consumidos crus sem problemas. O Lupinus albus que é comumente cultivado em Portugal, já precisa de um tratamento para ser consumido com segurança.

A proteína de tremoço é uma proteína muito valiosa, especialmente para vegetarianos ou veganos. É pobre em purinas, por isso dificilmente forma ácido úrico, o que constitui uma grande desvantagem da soja. É perfeito como fonte de proteína para pessoas com doenças reumáticas ou gota. Também tem baixo índice glicêmico, o que é benéfico para os diabéticos, pois os carboidratos são liberados gradualmente. O nível de açúcar no sangue aumenta mais lentamente. Além disso, é sem lactose e sem glúten, uma vantagem para pessoas intolerantes à lactose e celíacos.

A composição proteica é tal que há quantidades significativas dos aminoácidos essenciais lisina, metionina e triptofano, mais do que em feijões e ervilhas. Só a soja tem mais a oferecer nesse aspecto. Combinada com grãos ou milho, a proteína do tremoço é uma excelente fonte de proteína, muito superior à proteína animal, pois dificilmente forma ácido úrico. Além disso, as sementes de tremoço contêm ácidos graxos importantes, como ácido linoleico, ácido oleico e lecitina. Ao contrário da soja, as sementes de tremoço não precisam ser desengorduradas antes de serem transformadas em farinha de tremoço ou tofu de tremoço. Portanto, esses importantes ácidos graxos também estão contidos no produto final e, portanto, também a vitamina E e os carotenoides. O tremoço é uma boa fonte de ferro e cálcio.

Tremoço versus Soja

Os tremoços se comparam muito bem com a soja. Além disso, os tremoços não são geneticamente modificados. A diversidade genética das muitas espécies de tremoço torna possível obter as propriedades desejadas simplesmente por cruzamento. No caso da soja, até 60% de toda a produção mundial já é cultivada a partir de sementes geneticamente modificadas. O tremoço é, portanto, uma boa alternativa à soja, tanto para a agricultura quanto para a nutrição animal e humana.

Alergias

Infelizmente o tremoço também tem um certo potencial alérgico. As pessoas que são alérgicas ao amendoim também apresentam frequentemente reações alérgicas aos tremoços. Por esta razão, os produtos processados que contenham farinha de tremoço ou outros ingredientes de tremoço devem ser devidamente rotulados.

Produtos de Tremoço

Os usos das sementes de tremoço são muito diversos. Nos Andes, é feito um ensopado chamado tarwi. No Egito e na Argélia, os vendedores ambulantes oferecem um lanche feito das sementes, e os portugueses gostam de mordiscar tremoços tratados em salmoura.

Felizmente a gama de produtos no mercado também está crescendo. Farinha de tremoço está sendo cada vez mais adicionadas a massas e produtos assados como um suplemento de fibra dietética. Os carotenoides na farinha também resultam em uma rica cor amarela e o efeito emulsificante da lecitina aumenta a estabilidade da massa. O pão pode ser enriquecido com farinha de tremoço. Há leite de tremoço e sorvete. Uma vantagem sobre os produtos de soja é que a proteína de tremoço não tem gosto de feijão. O tofu de tremoço “Lopino” é bem gostoso e pode ser usado doce ou salgado. Mas você tem que marinar muito bem. Há também pastas, sobremesas, hambúrgueres e até um substituto do café.

Recomendações

Recomendações dietéticos enfatizam comer mais proteína à base de plantas. A vantagem da proteína obtida do tremoço é óbvia; nós apenas temos que usá-lo conscientemente. Já existem muitas receitas disponíveis na Internet.

Receitas

Fique sempre atualizado

Cadastre-se para receber nosso boletim informativo e mantenha-se sempre informado sobre as novidades e dicas para sua saúde.

Inscreva-se Agora!

Esther Neumann

Esther Neumann estudou Nutrição na Universidade de Viena. Desde então, ela atuou como autora da revista de saúde “Leben und Gesundheit” e conduziu palestras sobre saúde em vários locais da Áustria.

www.ernaehrungaktuell.at/