A natureza mostra sua beleza o ano todo e nos convida a sair para a nossa horta. Cavar a terra, plantar sementes, plantar flores, arbustos e verduras, além de beneficiar o corpo, também faz bem para a mente. Ainda mais, a horticultura tem poderes curativos.
Lidar com ancinhos, regadores e pás faz parte da terapia quando se trata de ajudar pessoas com problemas mentais a se reerguerem. Os moradores de lares de idosos também se beneficiam de lidar com plantas, se foram arrancados de seu ambiente de vida anterior e se tornaram dependentes de cuidadores. A jardinagem tem um efeito calmante e equilibrador, mesmo para os delinquentes.
Efeitos da Jardinagem no Corpo
Depois de passar apenas alguns minutos ao ar livre, a pressão sanguínea começa a cair, o pulso se acalma e a frequência cardíaca se torna mais uniforme. A tensão muscular é aliviada, a coordenação e as habilidades motoras finas melhoram, o metabolismo é acelerado e o humor geral melhora. O movimento estabiliza a circulação e diminui a tensão mental.
Efeitos na Mente
Ao lidar com as plantas, você pode aprender a lidar consigo mesmo. As plantas têm uma forte vontade de sobreviver, podem se adaptar e até produzem o que precisam para sobreviver. Elas nos ilustram a formação, o crescimento, o amadurecimento, assim como o recuo, a morte e a decadência. Na jardinagem as conexões são reconhecidas e as formas de resolver os problemas são encontradas. Aqueles que trabalham na horta se sentem como a força ativa, não como manipulados ou à mercê dos outros. É assim que você aprende a controlar seu ambiente e não se sente desamparado, à mercê do seu entorno. Você está muito próximo do Criador, em cujas mãos está o sucesso de seus esforços. Isso dá uma sensação de segurança e tem um efeito positivo no bem-estar mental.
Horticultura como Terapia
Já nos séculos 18 e 19, filósofos e educadores clamavam por mais verde na monotonia cinzenta das cidades. Sábios regentes permitiam à população o acesso a parques, jardins e florestas que antes só eram acessíveis à nobreza. Pensemos na entrada do povo no Prater Vienense, ou dos habitantes de Munique no Jardim Inglês. Infelizmente, essas áreas de recreação locais não foram capazes de conter de maneira muito eficaz a alienação do homem da natureza.
Felizmente, os efeitos benéficos da natureza não foram completamente esquecidos. Os psicoterapeutas desenvolveram uma terapia extremamente eficaz para doentes e idosos, para pessoas necessitadas e em crise. A Horticultura terapêutica é um método interdisciplinar. Jardineiros, paisagistas, médicos, psicoterapeutas, fisioterapeutas e ergoterapeutas criam juntos programas para seus pacientes. A Terapia Hortícola pode começar assim que uma pessoa doente não estiver mais acamada. Uma pequena área separada no jardim que lhe pertence, pela qual ele é responsável, na qual ele pode ou deve se mover, é o melhor programa de tratamento para ele.
A ginástica em aparelhos ou a fisioterapia é muitas vezes realizada sem muito entusiasmo, ou percebida como um incômodo. Ao cavar, semear, plantar e arrancar ervas daninhas, o paciente esquece que se trata de um programa de exercícios. Além disso, há a excitação quando a própria colheita pode ser realizada. Ao ar livre, as pessoas também são muito mais abertas ao terapeuta do que em um escritório ou sala de grupo. Eles são mais acessíveis às conversas.
As Plantas como Terapeutas
As plantas aceitam as pessoas como elas são. Eles não julgam. Eles não se importam se estão sendo cuidados por um jovem saudável, ou por um deprimido, um viciado, um criminoso ou um velho enrugado. As plantas dependem de quem cuida delas. Elas reagem positivamente ao cuidado e atenção, prosperam, florescem, crescem e dão frutos. No jardim, o paciente torna-se o cuidador e o próprio médico. Isso dá aos doentes mentais uma nova autoconfiança e um novo significado na vida. Olhos cansados de repente se iluminam quando uma flor maravilhosa abre suas pétalas coloridas, quando rabanetes caseiros brotam do chão e podem ser espalhados no sanduíche. Há outro efeito colateral agradável: o trabalho físico melhora o apetite dos doentes, ajuda a diminuir o uso de medicamentos e podem voltar a dormir melhor.
Horticultura para o Saudável
Se você tem um jardim, não precisa de academia ou clubes de bem-estar. Nada alivia melhor o estresse do que cavar no chão. O exercício ao ar livre estimula a circulação, fortalece os músculos e o sistema imunológico. Vivenciando os processos sazonais, o novo despertar e murchar lhe dá estabilidade e segurança. Qualquer um que tenha permissão para moldar seu próprio pedaço de terra em seu paraíso e aprender a relaxar sua alma nele, não precisa de um terapeuta.
Além disso, a colheita da sua própria horta tem uma contribuição muito especial para a sua saúde. Frutas, vegetais e bagas podem amadurecer. Eles podem ser colhidos no momento ideal. Os fitoquímicos que são tão importantes para a saúde são mais elevados do que em produtos que são colhidos verdes. Leva menos tempo da colheita ao consumo. As vitaminas e a aparência apetitosa são preservadas. Além disso, há a satisfação de ter produzido tudo com as próprias mãos, e a certeza de que nelas há o mínimo possível de toxinas ambientais.
Não Tenha Medo da Horticultura
Para que a jardinagem não nos sobrecarregue – ela nunca para – temos que seguir algumas regras. Ela nunca deve nos dominar, devemos dominá-la. Se isso nos sobrecarregar, temos que reduzir os planos ambiciosos ou delegar algum trabalho. Seu próprio jardim deve ser também um lugar para relaxar. Tenha sempre uma rede estendida em algum lugar para onde você possa se retirar quando tiver a oportunidade de relaxar, ouvir a natureza e ouvir sua própria voz interior. Um banco de jardim agradável, uma grande pedra ou outro assento deve convidá-lo a ficar. Desta forma, a nossa horta se torna uma verdadeira terapeuta e dá-nos muita alegria.
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Esther Neumann estudou Nutrição na Universidade de Viena. Desde então, ela atuou como autora da revista de saúde “Leben und Gesundheit” e conduziu palestras sobre saúde em vários locais da Áustria.
Amo a natureza. Ama cuidar de plantas. Muito bom esse artigo