Tudo começou com um escorregão em degraus cobertos de gelo, um quadril quebrado, uma lesão nas costas e um processo judicial complicado. A cirurgia e a medicação não resolveram a dor de Jim.
“Não acredito”, reclamou ele: “Aqui estou eu, um executivo sendo repreendido por baixa produtividade. Estou tomando altas doses de analgésicos que estão afetando minha personalidade e desempenho, mas que não causam efeito algum sobre a dor”.
Jim estava constantemente estressado e usava cafeína e bebidas açucaradas para aplacar a fadiga e a depressão que o perseguiam. Sua raiva e depressão, combinadas com sua preocupação com a dor, afetaram seu casamento; ele e sua esposa agora estavam separados.
Ele parou de se exercitar e ganhou peso. Sua alimentação fora de casa consistia em hambúrgueres de fast-food, barras de chocolate e cerveja. Ele desenvolveu diabetes e obesidade – o que exacerbou sua dor e depressão.
Jim se sente sozinho, mas não está sozinho. Dor crônica: dor que persiste por mais de seis meses – afeta cerca de 60 milhões de Brasileiros e está associada a condições que incluem dor de cabeça, artrite, câncer, lesões físicas e dores nos nervos relacionadas ao diabetes.1)Mais de 30% da população convive com dor crônica no Brasil. Hospital Anchieta
PNAS Oct 2001; 98 (21) : 11845-11846 Muitas terapias para dor são inadequadas ou causam efeitos colaterais.
A história de Jim mostra que a dor crônica pode consistir em ferimentos físicos combinados com fatores emocionais, psicológicos e sociais que afetam o sistema nervoso em nível molecular.
A dor pode persistir por muito tempo depois que uma lesão é curada, então, em certo sentido, a dor crônica pode se tornar sua própria condição autoperpetuadora. Isto é particularmente verdadeiro para dores nas costas, pescoço e dor de cabeça. Sete em cada dez pacientes, com dor crônica nas costas, não têm base física detectável para sua dor.2)Deal R. Chronic Pain, 2nd ed. INR, Concord, CA 2009. Porém alguns pacientes apresentam sinais físicos de lesão ou deterioração, mas não experimentam dor alguma.
Quanto aos que sofrem desse mal, isso não significa que sua dor seja imaginária; esse é um sinal indicativo de mudanças nos neurônios, que aumentam a sensibilidade à dor sem causa, algo como um detector de fumaça defeituoso que dispara o alarme quando não há fogo, ou com o simples acendimento de um fósforo.
Os “promotores da dor” são fatores que aumentam a dor, e os “atenuadores da dor” diminuem o “volume” da dor crônica.
Evitar os promotores e aumentar os atenuadores da dor pode influenciar na obtenção do alívio – e pode até ajudar a “reeducar” o sistema nervoso para diminuir permanentemente o “volume” desse sistema de dor defeituoso. Aqui estão alguns deles:
Expectativa: Antecipar a dor pode amplificar a resposta à dor.3)Pain 2008 abr;135(3):240-50. Fatores psicológicos desempenham um grande papel na percepção da dor.4)Prog Brain Res 2000;122:245-53. Os pacientes que esperam que uma injeção machuque sentirão mais dor do que aqueles que não esperam. Uma atitude pessimista aumenta o sofrimento. Expectativas positivas e otimismo aumentam as substâncias químicas que elevam o humor e reduzem a sensação de desamparo. Isso leva a uma recuperação mais rápida de feridas, menor percepção da dor e melhores habilidades de enfrentamento, mesmo com lesões graves.5)Rehab Psychol 2010 Feb;44(1):12-22.
Estresse e humor: O estresse crônico aumenta o risco de uma pessoa desenvolver um distúrbio de dor.6)J Pers April 2004;72:2. A catastrofização, a ansiedade, a depressão, a culpa e a negatividade aumentam a sensibilidade e a atividade dos circuitos da dor, fazendo com que o sofredor associe um significado emocional negativo à sua dor.
A depressão é um fator importante subjacente à dor crônica.7)Biol Psych 2010 Mar 17, epub. Tratar a depressão e expressar gratidão pode diminuir a dor e ajudá-lo a lidar com a dor existente. Pense nos aspectos positivos da sua vida e verbalize gratidão por eles todos os dias.
Nutrição: Refrigerantes, cafeína, doces refinados, frituras e grandes quantidades de gordura animal aumentam a produção corporal de substâncias químicas inflamatórias que aumentam a sensibilidade à dor. Eles também contribuem para a obesidade e outros distúrbios crônicos que aumentam a dor, a artrite, a rigidez articular e a recuperação lenta de lesões.
Refeições ricas em frutas frescas, vegetais, grãos integrais, feijões, leguminosas, azeitonas, abacates e castanhas (especialmente nozes) reduzem a inflamação. Esses alimentos contêm muitos nutrientes que reduzem o estresse, incluindo o magnésio. Beber bastante água fresca é uma ótima maneira de eliminar toxinas associadas a dores e lesões. A suplementação com vitamina D3 também pode aliviar alguns tipos de dor crônica.8)http://pain-topics.org/pdf/vitamind-PPM-JulAug2008.pdf.Verifique seus níveis de vitamina D.
Exercício: Praticar, regularmente, exercícios adequados à sua capacidade, melhora o humor, reduz a ansiedade e aumenta a flexibilidade, amplitude de movimento, força muscular, oxigenação e circulação. Pode reduzir a dor e melhorar os níveis de energia em pacientes com fadiga crônica e fibromialgia. Siga as orientações do seu médico, mas seja persistente e consistente, e desafie-se à medida que se fortalece! Exercite-se ao ar livre para obter a vantagem do sol.
Dormir: A luz do sol e o exercício ajudam a desenvolver um bom padrão de sono. O sono profundo e regular melhora o humor e pode atenuar a percepção da dor. Cafeína, álcool e comer tarde da noite podem interferir em uma boa noite de sono.
Conexões: Conecte-se com outras pessoas menos afortunadas do que você. Esta é uma ótima maneira de colocar seus próprios desafios em perspectiva e desviar sua atenção de sua dor. Cerque-se de pessoas animadoras, para ganhar força durante os altos e baixos em sua jornada de cura.
Conecte-se com seu médico e outros profissionais de saúde para obter orientação e acesso às tecnologias médicas disponíveis.
Conecte-se com Deus. Ele promete força e conforto e nos deu estratégias para enfrentar e reduzir a dor.
Procurando Respostas
Então, por que alguns enfrentam uma vida de dor crônica enquanto outros são curados? Não temos todas as respostas. Mas para todos os que vêm a Ele em busca de ajuda, Deus promete “Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.” (Isaías 40:29). “O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu o restaurarás da sua cama de doença.” (Salmos 41:3).
Embora sua vida aqui possa ser marcada pelo sofrimento, por meio da fé você pode esperar uma nova vida no céu quando Jesus voltar. Sua promessa é: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4).
Não haverá mais dor! É garantido.
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Este artigo foi originalmente publicado no site Time to Get Ready.
Vicki é a diretora do programa de intervenção de saúde Lifestyle Matters. Como autora, palestrante, professora e desenvolvedora de programas, ela dá palestras e viaja pelo mundo, compartilhando o elo do estilo de vida para uma melhor saúde mental, física e espiritual. A área especial de interesse de Vicki são as conexões cérebro/corpo, formando hábitos duradouros.
Referências
↑1 | Mais de 30% da população convive com dor crônica no Brasil. Hospital Anchieta PNAS Oct 2001; 98 (21) : 11845-11846 |
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↑2 | Deal R. Chronic Pain, 2nd ed. INR, Concord, CA 2009. |
↑3 | Pain 2008 abr;135(3):240-50. |
↑4 | Prog Brain Res 2000;122:245-53. |
↑5 | Rehab Psychol 2010 Feb;44(1):12-22. |
↑6 | J Pers April 2004;72:2. |
↑7 | Biol Psych 2010 Mar 17, epub. |
↑8 | http://pain-topics.org/pdf/vitamind-PPM-JulAug2008.pdf |
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