A depressão é uma doença mental muito comum na realidade de hoje. De acordo com o Ministério da Saúde, 15,5% dos brasileiros passam por uma depressão em algum momento da vida. Precisamos saber como lidar com essa doença de forma mais adequada.

Uma pessoa que apresenta tristeza, diminuição do interesse ou perda do prazer em atividades do dia a dia por pelo menos duas semanas direto, tendo também alterações do apetite, perturbações do sono, falta de energia, dificuldade de tomar decisões, ideias suicidas e sentimentos de culpa, já está indicando a presença da depressão. O fator mental mais importante para se pensar que uma pessoa deprimida pode ter risco suicida é a falta de esperança. Ou seja, a pessoa não consegue ver saída para o seu sofrimento, e daí começa a pensar em tirar a vida para acabar com a dor.
Antes de pensar que alguém está com depressão, se existem doenças físicas, como problema de tireoide, infecções crônicas, tumores, encefalite, entre outras coisas, elas precisam ser tratadas, porque essas doenças podem produzir sintomas depressivos. Além disso, é comum pessoas teriam comorbidades – quando alguém apresenta mais de uma doença ao mesmo tempo.
Por exemplo, parece que cerca de 50% das pessoas com diagnósticos de depressão também sofrem com a ansiedade excessiva. Algumas podem ter ansiedade exagerada, depressão e alcoolismo, por exemplo. Uma pessoa pode começar a se deprimir por causa de já ser uma pessoa retraída socialmente há anos, assim como a depressão contribui para o indivíduo se afastar da vida social.
Outras pessoas tendo pressão no trabalho, entrando numa síndrome de esgotamento ou sofrendo abuso moral na empresa, também podem se tornar depressivas. Quando uma pessoa passou por uma depressão e o estado depressivo produziu perdas importantes na vida dela, ela pode ter ficado com uma marca negativa na sua mente, em seu psiquismo, e quando algum fator gatilho acontece anos depois, ela pode voltar a entrar em depressão.
Um exemplo: Se uma pessoa ficou deprimida porque sofria de abuso moral na empresa e quando não suportava mais esse sofrimento no trabalho acabou pedindo demissão, mesmo que economicamente estivesse difícil para ela, essa situação poderia ter desencadeado uma depressão. Ao sair da situação que causava sofrimento e ter recebido tratamento eficaz, ela ficou bem. Mas se depois de algum tempo ela tiver a sensação de que pode ocorrer novamente algum tipo de abuso contra ela, o estado depressivo pode começar a voltar. Por isso, é importante estar atento aos fatores gatilhos que podem disparar na mente da pessoa pensamentos e sentimentos dolorosos.

Existem diferentes tipos de estados depressivos, como a depressão chamada de depressão maior ou depressão clínica. Tem a distimia, que é um tipo de depressão crônica, só que mais leve. Tem também o transtorno afetivo bipolar, no qual a pessoa, além dos episódios eufóricos sofre de períodos depressivos. Outro tipo de depressão é a sazonal, que ocorre mais em regiões de longo inverno, com muito tempo sem luz solar. Um outro ainda é a depressão pós-parto que acontece logo depois o nascimento do bebê. Alguns sofrem com a depressão psicótica, a qual inclui delírios, alucinações, alterações importantes da percepção da realidade.
Um dos fatores psicológicos que favorece o surgimento da depressão, é a tendência de cultivar pensamentos de queixas, pessimismo, derrota, desprezo pessoal e desesperança. Alguns pegam pesado consigo mesmos, se culpam demais por fracassos que ocorreram na vida, e também ataca a si mesmos quando percebem falhas ou erros no seu comportamento. Nesses casos, esses indivíduos precisam cultivar a autocompaixão em vez de autodepreciação, e devem aprender a perdoar a si mesmos em vez de ficarem o tempo todo se culpabilizando.
Um fator produtor de depressão é o da pessoa que é muito sociável, mas que coloca uma ênfase muito grande do seu valor pessoal no que acontece nos seus relacionamentos. Assim, quando surgem problemas, como por exemplo, uma perda financeira, um divórcio, ela pode entrar em depressão justamente porque havia colocado a sua base de valor como pessoa fora de si mesma, em outra pessoa ou em alguma aquisição externa. Nesses casos, o indivíduo pode ser ajudado a não entrar em depressão corrigindo essa postura na vida de centrar o seu auto respeito e autovalorização em objetos, aquisições e relações externas.
Sabe-se bem que experiências traumáticas ao longo da infância aumentam bastante o risco de surgir depressão mais adiante na vida. Isso inclui a criança ter sido vítima de abusos, ter sofrido doenças que exigiam hospitalizações, divórcio dos pais, morte de um dos pais, especialmente daquele com quem a criança tinha mais apego, tudo acontecendo até o terceiro ano de vida. Além disso, os filhos de mães deprimidas possuem maior risco de terem depressão na vida adulta.

No consultório é comum uma pessoa falar que passou a ter depressão, por exemplo, desde que descobriu que o filho estava usando drogas ilícitas. Mas a verdade é que esse fato pode ter sido um dos problemas que a pessoa vinha experimentando ao longo dos anos e que foi então o fator desencadeador da depressão, mas não o único causador dela. Pode ter sido a gota da água que faltava para ela se deprimir.
Ela pode ter sofrido pela morte de pessoas queridas nos últimos anos, antes da depressão surgir; por ter sido demitida, por morar num local de violência, por ter dificuldades conjugais, e tudo isso pode ter se acumulado e acabou estourando numa depressão.
Favorece muito evitar entrar em depressão, quem tem bom apoio social, tem amigos, parentes que ajudam, estilo de vida saudável com prática de atividade física regulares, alimentação saudável, eliminação de substâncias tóxicas para o cérebro, ingestão adequada de água, exposição ao sol, uma fé religiosa no sentido positivo para a vida.
Para o tratamento da depressão, é importante entender que a mudança do estilo de vida precisa ser feita, em vez de somente usar medicamentos. Isso inclui o trabalho pessoal sobre os tipos de pensamentos que a pessoa mais nutre, lutando contra os pensamentos disfuncionais trágicos, pessimistas de desesperança e cultivando uma mentalidade de gratidão, de esperança e de significado nobre na vida.
Alguns querem saber qual antidepressivo funciona melhor para o deprimido. Não existe um remédio que funcione igual para todos os que sofrem com a depressão. Os mesmos medicamentos produzem resultados diferentes para pessoas diferentes. Muitos deprimidos podem melhorar com qualquer um antidepressivo, enquanto que outros não melhoram por longo prazo com nenhum deles.
Alguns estudos mostram que os deprimidos que se submeteram ao tratamento psicoterápico com terapia cognitivo comportamental, podem ter menos chances de voltar a ter depressão do que os que somente usaram antidepressivos, sem terem passado pela psicoterapia. Um desafio para nós psiquiatras ao tratarmos um paciente com depressão que tem, por exemplo, muito insônia e ansiedade, é que ao prescrevermos um tranquilizante, como ele é depressor do sistema nervoso central, a pessoa deprimida pode dormir melhor e ter sua ansiedade diminuída, mas pode ficar mais letárgica ou lenta.
Finalmente, se uma pessoa com depressão ao ir ao profissional disser que prefere o tratamento psicoterápico e não a medicação, é importante respeitar isso e ver como irá evoluir ao submeter à psicoterapia somente.

Se você desde sempre cultiva pensamentos e têm crenças negativas sobre sua pessoa, sobre sua vida, sobre confiar nos outros, predominando na sua mente a falta de esperança e de soluções para dificuldades, você está mais propenso a ter um estado depressivo do que o indivíduo que é otimista, que cultiva pensamentos sadios, confia e tem esperança.
Indivíduos dependentes afetivamente se acham inadequados quase que em tudo, e por isso sentem que precisam ter alguém a quem se agarrar para viver. Essas pessoas têm maior risco de desenvolver depressão. E quando a pessoa a quem se vincula de maneira exagerada, falha, vai embora, trai ou morre, isso pode ser suficiente para surgir a depressão.
Com isso, aprendemos que, desde pequena, a criança precisa ser ensinada a ter alguma independência, em vez de ser criada agarrada demais ao pai, à mãe ou outro cuidador. Precisamos soltar nossos filhos para a vida, se não eles não vão acreditar que podem enfrentar a realidade por si mesmos. Assim, sempre que possível, incentive seus filhos a fazerem coisas que alimentam em eles o pensamento, de que são inteligentes, capazes e autônomos.
Claro, educamos bem as crianças ajudando-as a não entrar em depressão mais tarde na vida, quando combinamos tarefas para elas, as quais elas podem resolver sozinhas com outras tarefas que exigem a ajuda de outros para serem concluídas. E quando se tratar de atividades em que é normal pedir ajuda aos outros, passamos para elas a ideia de que está tudo certo o fato delas terem pedido ajuda e as elogiamos pelo que elas fizeram sozinhas.
Um bom número de pessoas desenvolvem depressão porque, não tendo obtido o amor e aceitação por parte de pessoas importantes na vida delas, passam a se sentir como sendo cheias de falhas e indignas de receber amor. Isso pode se tornar um padrão de pensar, que mantêm o estado depressivo.
Algumas se tornam muito fissuradas em receber atenção. Isso pode ser uma armadilha que favorece o estado depressivo, porque nem todos podem dar atenção o tempo todo, e não recebendo isso, elas se depreciam e ficam deprimidas, em vez de olhar a realidade e pensar que as pessoas ao redor não são responsáveis pelo que faltou a elas na infância, e mesmo as pessoas do presente em sua vida não podem oferecer tudo o tempo todo, o que elas desejam em termos de afetividade.
Nesses casos, essa pessoa que nutre, consciente ou inconscientemente a ideia de que precisa de atenção dos outros o tempo todo para não cair em depressão, se quiser melhorar, vai precisar mudar essa crença psicológica, entendendo que ela deve ser querida por alguns, mas que não é possível receber deles o ideal de amor.
Precisa diminuir as expectativas de receber atenção, afeto e carinho dos outros. Quando o deprimido começa a pensar que em sua mente existem crenças negativas como a de querer a atenção o tempo todo dos outros para se sentir bem, é sua responsabilidade lutar contra isso em vez de não querer pensar nessas coisas, e achar que o remédio, o medicamento vai resolver tudo.
O deprimido pode aprender a ter novos e melhores pensamentos sem necessitar ficar com os antigos modos de pensar que o empurram para a depressão. Conseguir mudar as crenças centrais psicológicas negativas pode ser difícil sem ajuda profissional, mas não é impossível.

Se for necessário o tratamento psicológico, ele será útil ao ajudar o deprimido a perceber seu jeito pessimista ou carente de pensar, e o incentivará a resistir a isso, e cultivar conteúdos de pensamento de gratidão, de um otimismo realista, de compaixão e de perdão. Isso é importante no tratamento da depressão, porque a maneira como uma pessoa interpreta o que acontece com ela é mais importante do que o que realmente acontece. Quando se interpreta eventos de forma negativa, pessimista com desesperança, isso produz sentimentos ansiosos e depressivos, e piora tudo.
Claro, quando existe uma perda dolorosa real, é normal surgirem pensamentos negativos de tristeza, raiva e dor, mais isso é diferente de manter na mente pensamentos distorcidos por avaliar a realidade de uma forma doentia. Se você é um familiar do deprimido e precisa lidar com a depressão desse indivíduo, é importante entender que mesmo que ele diga coisas que parecem que ele está forte para vencer o estado depressivo, falar é diferente de ter força para fazer. Alguns deprimidos fazem força para agradar os outros, dizendo coisas que dão a ideia de que eles saberão como sair da depressão, mas essa não é sempre a verdade.
Nesses casos, o familiar, e claro, o profissional que atende o deprimido, poderá ensinar alguma habilidade social ou pessoal para ele melhorar, e não só escutar o que ele diz. Alguns deprimidos estão mesmo vivendo situações bem difíceis, que não parecem ter solução a curto prazo. Nesses casos não há uma distorção da realidade, mas uma dificuldade real que pode produzir a falta de esperança.
Então a própria pessoa ou alguém pode ajudar, lembrando de situações do passado dela que pareciam insolúveis, mas que surgiram saídas; ou recordar que as que não tiveram boa solução, foram enfrentadas e a pessoa sobreviveu. Geralmente a pessoa deprimida focaliza sua atenção no sentimento dela, que pode ser tristeza, raiva, medo, culpa ou vergonha. Mas é importante que ela force a mente a pensar no tipo de pensamento que está atrás do sentimento.

Entender o pensamento é fundamental para a solução do que se sente, porque tudo começa no pensamento. O que pensamos produz o que sentimos, e os sentimentos produzem o que fazemos. Se o pensamento foi distorcido, então precisa ser corrigido porque ele influencia o sentimento que a pessoa vai experimentar.
Tomar remédio para melhorar o sentimento doloroso sem mudar o pensamento negativo e pessimista trágico, não resolve o problema básico. As distorções dos pensamentos são baseadas em formas de raciocinar exageradamente ou fora da realidade. Nem sempre a pessoa consegue encontrar o pensamento que está por detrás do que ela sente, é verdade.
Nesses casos, ela precisa analisar melhor o que se passa em sua mente para encontrar o pensamento que produziu aquela emoção, porque ele está ali na mente dela. Pena que uma boa parte não quer pensar. Você pode raciocinar assim: Mas que pensamento pode estar atrás desse sentimento? Ou você pode pensar: Aconteceu alguma coisa comigo hoje, que me fez pensar algo ruim, e com isso eu fiquei me sentindo mal? Será que eu tenho cultivado uma forma de pensar sempre negativa que me deixa deprimido?
Um problema que pode prejudicar a pessoa e fazer com que ela não melhore da depressão, é que ela pode ter se acostumado tanto a pensar de uma forma ruim, negativa e pessimista, que por um lado ela diz que quer ficar boa, mas por outro ela sente ser difícil mudar a sua forma de pensar.
Por incrível que pareça, podemos nos acostumar com o sofrimento, e ter dificuldade de agir para sair dele. Isso acontece mesmo com a pessoa em tratamento psiquiátrico e psicológico, que é quando ela sabota a melhora que poderia ter. Várias vezes eu dei tarefas para a pessoa fazer em casa, e colocava por escrito o que era para fazer até a próxima consulta. Na consulta seguinte, quando eu perguntava sobre o que ela tinha conseguido fazer daquela lista que eu havia dado com as tarefas, alguns pacientes diziam que haviam perdido a lista ou se esquecido das tarefas. Para melhorar da depressão e de outras doenças mentais não depende só do profissional. A pessoa precisa se empenhar no tratamento. E mudando os pensamentos, muitas vezes já é meio caminho para a cura.

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Dr. Cesar Vasconcellos de Souza está trabalhando como psiquiatra e palestrante internacional. É autor de 3 livros, colunista da revista de saúde “Vida e Saúde” há 25 anos, e tem programa regular na TV “Novo Tempo”. Acesse mais conteudos no canal de Youtube.
O texto muito bom porém um pouco longo.
Em nome de Jesus eu tenho lutado e vencido a depressão. EM PRIMEIRO LUGAR DEUS EM TUDO Q FAÇO. DENTRO DOS 8 REMÉDIOS, A ALIMENTAÇÃO SEM AÇÚCAR, SEM GLUTEN, SEM REFINADOS E SEM CARNE O MAIS CRU POSSÍVEL.
Agradeço a Deus por todo o conhecimento q ele nos dá através da Sua Palavra. Graças a Deus não uso nenhum remédio, já usei no passado, cuidando muito assim por causa da depressão tive o lucro de ter saúde em outras doenças da hereditariedade.
LOUVO A MEU DEUS POR ISTO!!