É preciso tomar sol? Quais são as doenças que a vitamina D previne? Será que a luz do sol tem bons efeitos sobre o nosso humor? Quais são os sinais de que você pode ter deficiência de Vitamina D?
Sabemos que a luz solar é fundamental para nossa saúde ligada a vitamina D. Mas, e sobre o nosso humor? Existe a vitamina D2 que é chamada de ergocalciferol, e a D3 chamada de colicalciferol. A vitamina D2 é encontrada no número restrito de alimentos, enquanto que a D3 é absorvida pelo organismo quando a pele é exposta à luz do sol. Ambas são convertidas na forma ativa que é utilizada pelo corpo e armazenadas no fígado e nos rins.
Quando os níveis de cálcio no organismo se encontram diminuídos, as glândulas paratireoides, localizadas no pescoço, liberam um hormônio que estimula os rins a converter a vitamina D na sua forma mais ativa, auxiliando na absorção de cálcio e fósforo. A nossa necessidade vitamina D é de 5 microgramas por dia, isto em adultos com menos de 90 kg de peso.
A falta de vitamina D causa osteoporose, que é uma diminuição progressiva da densidade dos ossos, com um aumento da possibilidade de fraturas, quando os ossos ficam mais porosos e menos resistentes. A osteoporose é mais comum na terceira idade. Uma dica: se você for diagnosticado com osteoporose e foi prescrito para tomar cálcio por via oral, saiba que isto só não basta para resolver. É preciso a prática de atividades físicas também. Tomar muito cálcio e não praticar nenhum tipo de atividade física, é uma mensagem que os ossos interpretam como não precisamos ser fortes.
E o contrário é verdadeiro. Ao você praticar atividades físicas constantes, isso será um sinal para as células dos seus ossos para absorver o cálcio, porque a sua mensagem para elas através dos exercícios físicos será assim: precisamos de ossos fortes. Então tome cálcio, mas pratique algum tipo de atividade física, pelo menos três vezes por semana.
A falta de vitamina D além da osteoporose, também produz o raquitismo, que se caracteriza por uma mineralização insuficiente dos ossos, atingido crianças e adolescentes. Os sintomas são retardo de crescimento, pernas arqueadas, fraqueza e dor na coluna, na pélvis ou bacia, e nas pernas. Estudos revelam, que a ausência de vitamina D, pode facilitar o surgimento de certos tipos de câncer, doença cardiovascular, hipertensão ou pressão arterial alta, esclerose múltipla, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 entre outras.
Cerca de 90% da vitamina D em nosso corpo é obtida pela exposição à luz do sol, que é convertida a partir do colesterol na pele. Doses normais de vitamina D podem ser obtidas com a exposição direta ao sol por 10 ou 15 diariamente, pela ação dos raios ultravioletas, que também são bactericidas. Então, se você tem uma ferida na pele, exponha essa ferida à luz do sol, pois isso ajudará a combater as infecções e a cicatrizar.
Você já ouviu pessoas dizerem, ou talvez aconteça com você mesmo que o tempo nublado, fechado, te deixa tão triste, tão para baixo, tão desanimado? Existe um tipo de depressão, que é a depressão sazonal, cujo nome científico é o transtorno afetivo sazonal. A palavra sazonal vem do latim satil, que tem a ver com as estações do ano. Tem pessoas que apresentam sintomas depressivos no outono ou início do inverno, e tem algumas que têm também a depressão de verão, iniciando no fim da primavera, ou no começo do verão. A depressão do verão é muito rara, enquanto que a do inverno é bem mais comum.
A depressão sazonal acontece a cada ano, sempre na mesma época. A que começa no inverno é mais frequente nos países com menos luz solar, ao longo do ano. Portanto, com dias mais escuros e inverno mais rigoroso. Parece que quanto mais longe do equador a pessoa vive, ocorre o maior número de pessoas com esse tipo de sofrimento. Por isso é que é mais comum pessoas no Canadá, na Noruega, na Rússia terem mais esse tipo de depressão do que nós aqui no Brasil.
Uma teoria diz que isso ocorre porque a luz solar ativa os hormônios cerebrais, que auxiliam na manutenção dos estados de humor alegre. Num lugar chamado Fairbanks, no Alasca, nos dias mais dentro do inverno, a diferença entre o nascer e o pôr do sol é um pouco menos que 4 horas. Imagina você viver um dia com somente 4 horas de luz natural! Com esta grande falta de luz solar, seria lógico pensarmos que uma boa parte da população teria que ter a depressão de inverno. Porém isso não acontece no Alasca assim. Um estudo revelou que cerca de 9% dos moradores de Fairbanks apresentava o transtorno afetivo sazonal, enquanto que esse tipo depressivo ocorre em 1% em países com inverno menos rigoroso.
Os sintomas mais comuns na depressão sazonal do inverno são: mais sono, ou seja, a pessoa dorme mais horas por dia sem se sentir descansada; o aumento do apetite, desejo de comer mais carboidratos, chocolate e comidas gordurosas, dificuldades para levantar da cama de manhã, queda da energia, sensação de fadiga, prejuízo da concentração, isolamento social, irritabilidade, tristeza constante entre outros sintomas. Atinge mais mulheres com índice de 60 a 90%, especialmente entre 20 e 40 anos de idade. Em alguns aspectos, os sintomas comportamentais da depressão do verão têm a tendência de ser opostos aos da depressão inverno. Os deprimidos no verão podem dormir menos e perder peso.
Um pesquisador do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos Estados Unidos, Tom Wehr, sugeriu que a depressão sazonal pode ter relação com a melatonina, que é um hormônio produzido pouco durante o dia. Quando o dia vai escurecendo, ela aumenta a quantidade no corpo, e se a puder dormir num ambiente mais escuro, o pico da produção da melatonina acontece entre duas a três horas da madrugada. O cientista Tom Wehr comentou que durante o inverno os animais produzem menos melatonina por um tempo mais longo, comparado com outras épocas do ano. Ele descobriu que as pessoas que têm muito mais produção dessa substância no inverno são as que sofrem esses tipos de depressão.
Para o tratamento da depressão sazonal ou transtorno afetivo sazonal, usa-se medicamentos e psicoterapia. Ajuda também a exposição à luz do sol, chamada fototerapia. Porém isso não funciona igualmente para todos. Se o problema fosse somente ligado a melatonina, talvez o tratamento com a luz resolve em muitos casos. Mas há ainda outros fatores que a ciência está estudando para entender o porquê algumas pessoas apresentam essa sensibilidade à luz de uma maneira diferente de outras, a ponto de sofrer essa depressão do inverno.
Portanto, cuide de sua saúde e tome um pouco de sol a cada dia!
Fique sempre atualizado
Cadastre-se para receber nosso boletim informativo e mantenha-se sempre informado sobre as novidades e dicas para sua saúde.
Dr. Cesar Vasconcellos de Souza está trabalhando como psiquiatra e palestrante internacional. É autor de 3 livros, colunista da revista de saúde “Vida e Saúde” há 25 anos, e tem programa regular na TV “Novo Tempo”. Acesse mais conteudos no canal de Youtube.
Lícia diz
Eu particularmente sou dependente de um dia de sol brilhante!!! Minha vida tem mais fluidez em dias de sol radiante.