Todos temos sofrimentos nessa vida. Uns mais outros menos, mas ninguém escapa. O que você faz com o sofrimento? Vamos pensar agora juntos sobre esse assunto e como você pode passar a ver suas dores da vida de uma outra forma, de uma maneira melhor.
Nessa vida, todos temos lutas, decepções, sofrimento. Nunca conheci alguém que não tivesse passado, ou que não estivesse experimentado no presente algum tipo de luta, seja financeira, familiar, pessoal, emocional, física ou até espiritual. Com certeza, e infelizmente, temos provações, mas felizmente isso tudo vai terminar em breve, quando Jesus voltar para estabelecer um mundo de justiça em que não mais haverá lugar para qualquer tipo de sofrimento.
Saúde mental não significa ter absoluta ausência de dores emocionais, como tristeza, angústia ou medo. Uma pessoa com boa saúde mental tem alguns momentos de tristeza, sofre angústia, experimenta alguns medos dentro de um contexto de situações provocadoras desses sentimentos dolorosos. Mesmo as pessoas mais bem-sucedidas economicamente e profissionalmente, famosas ou não, passaram ou passam por provações.
Ao olharmos para pessoas mais famosas, geralmente olhamos as aparências ou o exterior delas, e nos perguntamos se elas também sofrem, já que o que elas passam na mídia, em programas de TV, rádio e mídias sociais sugere que vivem uma vida maravilhosa, só com coisas boas. Mas por traz dos bastidores da vida de muitas delas existem lutas, depressão, ansiedade excessiva, divórcios, envolvimento com drogas, práticas sexuais doentias e muita dor.
Diante dos sofrimentos emocionais, existe o perigo de lançarmos mão de medicamentos para lidar com sentimentos desagradáveis em vez de pensarmos no significado deles para a nossa existência e entender de onde eles vêm. Uma boa parte da população está sendo medicada com remédios psiquiátricos.
Isso acontece porque parece faltar a elaboração consciente do sofrimento, ou seja, falta a pessoa pensar na sua dor, procurar entender: “De onde ela vem? Qual o significado dela?”, em vez de tomar um comprimido sem pensar em mais nada. Não estou dizendo que nunca se deve usar medicamentos psiquiátricos. Só que muitos que querem funcionar bem na vida, no trabalho, na família, lançam mão de comprimidos priorizando a busca de um melhor emocional, colocando esperança exagerada e talvez equivocada de cura nas pílulas.
Fazem isso porque precisam tocar a vida para frente, pois ainda não sabem como lidar com a dor de modo funcional e eficaz através da psicoeducação, que significa aprender a lidar com as emoções, especialmente as dolorosas ou desagradáveis que produzem e causam dor.
Se você prestar atenção verá que algumas provações surgem com o fim de destruir a sua vida, é verdade, mas você pode aprender a encará-las como fonte de amadurecimento. Ajudará muito a mudar a maneira de lidar com situações dolorosas na sua vida se você mudar a pergunta de “por que isso está acontecendo comigo”, para “o que eu posso aprender com essa situação dolorosa”?
Claro, na dor você experimenta tristeza, raiva culpa, ansiedade e medo, porque isso faz parte da perda, do conflito, da aprovação. Mas assim que possível, é importante mudar a pergunta e começar a refletir sobre o que essa situação difícil pela qual você está passando pode te ensinar. O que dá para aprender com isso?
Eu gosto de um texto da escritora Ellen White:
O poder de Deus é constantemente exercido para contrariar as forças do mal: Ele está sempre em ação entre os homens, não para os destruir, mas para corrigi-los e preservá-los.
Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 511
Ela está dizendo aquilo que, ao longo da história bíblica é mostrado sobre o papel de Deus para com humanidade, que é uma combinação de justiça e misericórdia, sempre predominando a misericórdia.
Experiências traumáticas, seja um acidente de trânsito, uma perda financeira, um divórcio, conflitos conjugais difíceis e complicadas, a morte de uma pessoa querida, a decepção com alguém, infidelidade conjugal, perda do emprego, perseguição no trabalho, todas podem ser usadas por nós para nos fortalecer. Depende do olhar que teremos para esses traumas, depende da rede de apoio para lidar com eles, da intenção consciente, de aprender com o sofrimento e da força para enfrentar tudo isso que pode vir de Deus, o criador do universo.
Provações vêm sobre todos, em momentos diferentes da vida; algumas mais devastadoras, outras menos. Mas em todas podemos ver que surgem forças para enfrenta-las, mesmo você tendo que passar temporariamente por uma depressão, uma ansiedade excessiva em qualquer modalidade clínica.
A vida não é fácil. As religiões que prometem vida fácil, cheia de prosperidade material e com a ausência de sofrimento, estão pregando falsidade. O chefe do cristianismo, Jesus Cristo, disse aos que o estavam seguindo e aos que os seguiriam no futuro:
Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
João 16:33
Jesus disse que seria possível não desanimar se apegando a Ele, que venceu todas as provações que vivemos ou ainda viveremos. Dando uma olhada geral no texto bíblico, vendo as experiências daqueles personagens que passaram por muitas e severas provações e se entregaram à Deus, não é justo nem verdadeiro afirmar que seguir Jesus garante o sucesso financeiro e ausência de problemas.
Não há respostas fáceis para o problema do sofrimento na humanidade, tema estudado por pensadores, filósofos, psicólogos. Sabemos que existe um conflito entre o bem e o mal que afeta todas as dimensões da sociedade e também nos afetam. O sofrimento existe mesmo para pessoas mais consagradas e praticantes de boa espiritualidade.
Os sofrimentos de hoje podem servir para nos preparar, nos fortalecer para as provações que vierem mais adiante; e elas virão. O mundo vai falar de paz e prosperidade, mas a verdade de Deus em Sua Palavra diz que nesse tempo do fim em que estamos vivendo, haverá uma angústia, a qual nunca houve antes, e muita destruição da boa moral, da paz, e da liberdade, que é o que já começamos a ver e viver.
Independente disso, e apesar disso, é possível ter paz e até alegria pessoal interior, desde que você não fique pensando e focando nas dificuldades, mas mudando seu olhar para as promessas de ajuda que Deus fez na Sua palavra, Se apegando a Ele através da fé. É possível surgir dentro de nós serenidade diante dos conflitos, se nos voltarmos para a oração ao Senhor, desde que seja sincera, perseverante, consciente, pensada, crendo que Deus está nos ouvindo e nos ajudando.
Ter paz em meio ao conflito depende de onde você colocará a sua esperança. Depende do seu conceito de significado dessa existência, e da boa compreensão sobre a guerra espiritual entre o bem e o mal. Depende do que você faz com sua dor ou do que você permite que ela faça com você. Depende dos recursos psicológicos e espirituais pessoais que, se forem fracos ou insuficientes, Deus os fortalecerá. Depende do apoio familiar e social de que você dispõe, e principalmente de uma fé de que há um Deus criador bondoso, que está atento aos seus sofrimentos e fazendo o melhor para preservar sua sanidade mental e espiritual e a sua vida física.
Creia que Deus não está distraído e por isso não está vendo seu sofrimento. Creia que ele está agora mesmo providenciando soluções para você, nem que seja a paz interior, apesar dos conflitos. Pense nisso. Creia num Deus bondoso, se entregue a Ele e ore a Ele. Assim você poderá enfrentar a sua dor de uma forma mais positiva.
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Dr. Cesar Vasconcellos de Souza está trabalhando como psiquiatra e palestrante internacional. É autor de 3 livros, colunista da revista de saúde “Vida e Saúde” há 25 anos, e tem programa regular na TV “Novo Tempo”. Acesse mais conteudos no canal de Youtube.
Linalva Machado Rego da Silva diz
Boa noite! Como sempre… amo esses antigos. Obrigada!🤗
Marcos Christofoletti diz
Excelente matéria com um direcionamento fundamental à Deus!